
A importância do método fônico no processo de alfabetização
O método fônico está se mostrando cada dia mais eficaz no processo de alfabetização de crianças, por isso, é importante que professores procurem saber de que se trata e qual sua importância. Neste artigo, você vê mais informações sobre o método, e pode compreender tudo o que precisa para inclui-lo em suas aulas.
O professor é um profissional que precisa conhecer vários métodos de alfabetização para poder desenvolver as habilidades alfabéticas de um aluno, pois para cada enfoque, pode haver um método que se adeque melhor ao aprendizado, trazendo mais contribuições para assimilação do sujeito. O método fônico é um deles, e vem sendo bastante utilizado por apresentar respostas satisfatórias no processo de alfabetização.
Por isso, neste artigo, você vai compreender melhor o método fônico, passando por sua importância para o desenvolvimento da aprendizagem de crianças até como produzir bons exercícios utilizando-o.
Vamos lá?
O que é o método fônico?
Antes de prosseguirmos é importante esclarecer o papel da Consciência Fonológica e do Método Fônico. A primeira é uma habilidade, entre tantas outras, fundamental para o desenvolvimento da leitura e escrita. É importante notar que o radical “fono”, de origem grega, significa “sons”.
Assim sendo, a consciência fonológica refere-se à capacidade mental (consciência) de refletir sobre a estrutura sonora (fonológica) da fala (ADAMS, 2006). O método fônico, por sua vez, é uma abordagem, uma opção no processo de alfabetização. Portanto, independentemente do método utilizado é sempre possível, se não necessário, o treino da consciência fonológica (CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2003).
Além disso, sabe-se que a escrita nada mais é do que uma representação dos sons da fala por meio de símbolos/letras. O método fônico então, permite que o aluno tenha uma compreensão do som das letras, sílabas, palavras, levando a uma escrita com uma melhor consciência fonológica.
A metodologia se tornou referência para aprendizagem de alunos com dificuldades de leitura, sendo muito utilizado na alfabetização de pessoas com dislexia. Países como França, Inglaterra e Estados Unidos, por exemplo, já adotaram essa metodologia há uma década para corrigir sua pedagogia de alfabetização e vêm tendo bons resultados.
Por que utilizar o método com crianças?
Estudos mostram que a primeira característica que distinguem a maioria das crianças que fracassam em aprender a ler é a baixa habilidade metafonêmica e a discriminação fonológica. Porém, a maioria das escolas brasileiras não privilegia o ensino da relação ao som (fonema) e a letra (grafema). Em diversos casos, as crianças aprendem o nome das letras e na tentativa da escrita acabam realizando espontaneamente a correspondência entre o nome das letras e os sons, um exemplo é quando tentam escrever cavalo e reproduz “kvalo”.
Através de vários estudos notou-se que é imprescindível o ensino das relações entres os sons e as letras no processo de alfabetização. Segundo Dehaene (2012), as crianças aprendem mais rápido por este caminho, pois desenvolvem plenamente o hemisfério cerebral esquerdo, especializado na linguagem. Por outro lado, nos métodos globais (nos quais a criança aprende inicialmente o sentido da palavra, sem a decodificação letra-som), o lado direito é ativado.
Durante o processo de alfabetização devemos criar oportunidades para que o aluno tenha consciência do som das palavras, frases, sílabas e fonemas como unidades separadas e saiba reconhecê-las. Nesse sentido, há um rol de atividades que auxiliam nesse desenvolvimento como exercícios que envolvem de rima, segmentação fonêmica e discriminação de sons, que ensinam as relações entre as letras e os sons. Assim, ao desenvolver tais habilidades os alunos começam a pronunciar com bastante precisão nos momentos de leitura em voz alta, ditado e compreensão de textos.
É importante reforçar que, apesar da importância da consciência fonológica, é necessário o treino das demais habilidades envolvidas no processo de alfabetização.
Agora que você já conhece o método e sua importância, confira maneiras de desenvolver atividades utilizando-o:
Desenvolvendo atividades com método fônico
Muitos professores em algum momento em sala de aula já desenvolveram atividades que trabalham a consciência fonológica, mas a aplicação do método fônico vai além por possuir uma sequência didática para a realização das atividades. O livro “Alfabetização: Método Fônico” de Fernando Capovilla e Alessandra Sebra traz essa sequência com um rol de atividades que se inicia com o reconhecimento das vogais A, E, I, O e U, sendo trabalho depois as consoantes. As atividades a serem desenvolvidas podem ser facilmente trabalhadas no software Livox, como se pode ver nas ilustrações abaixo:
Exemplo de atividade: Conhecendo as vogais
O objetivo da atividade é reconhecer as palavras que se iniciam com a vogal A
O método propõe que para o desenvolvimento de todas as atividades deve ser feita uma introdução mostrando a letra e suas formas de escrita, seja cursiva, palito, impressa, e instigar a pronúncia para que gere uma consciência do som, podendo trazer textos e músicas que tenham a letra trabalhada.
Exemplo de atividade: reconhecendo a consoante F
Depois de se trabalhar com as vogais, é importante que seja ensinado as consoantes cujos sons podem ser facilmente pronunciados de forma isolada como: F, J, M, N, V e Z. Além disso, é importante que sejam palavras que se iniciem com a consoante em estudo, passando depois para uma junção de sílabas.
Depois serão apresentadas as consoantes facilmente pronunciadas de forma isolada e que são irregulares, que possuem mais de um som, como L, S, R e X. Posteriormente introduzimos atividades com letras que tenham o som que são difíceis de se pronunciar de forma isolada como: B, C, P, D, T, G e Q. Logo, introduzimos a consoante H e em seguida as consoantes K, W e Y.
Exemplo de algumas atividades que podem ser aplicadas com método fônico:
Complete a música com a figura correta
Na atividade acima, em uma prancha anterior, o usuário irá ver o clipe da música “O sapo não lava o pé”, depois, em outra prancha, será pedido para que ele complete o trecho da música que será cantada quando ele tocar no sapo (imagem acima) “O sapo não lava o…”. Nesta atividade o mediador pode utilizar tanto as imagens quanto a escrita das palavras.
Reconhecendo o som das sílabas iguais
Na atividade acima pode ser explorada primeiramente a sílaba inicial e depois a final, podendo ser feito um trabalho com rima.
O livro método fônico apresenta introduções específicas para os dígrafos CH, NH, LH, RR, SS, GU e QU. Traz também diversas proposição de atividades para serem aplicadas com método fônico, como ficha de leitura, interpretação e produção de textos.
Os autores sugerem que sejam desenvolvidas atividades para que o aluno assimile as regras aprendidas, mas não precisa desenvolver todos os itens de cada exercício. Dessa forma, pode-se aplicar 75% das atividades, deixando o restante para administrar com as crianças mais rápidas, assim, dando tempo para que aquelas com desenvolvimento mais lento, consigam realizar as atividades (Capovilla; Seabra, 2010).
Podemos perceber que durante o desenvolvimento das atividades no software Livox os alunos começaram a ter uma boa consciência do som das palavras, uma vez que, seguindo esta metodologia e contando com auxílio de voz presente no software, os alunos conseguiram minimizar suas dificuldades linguísticas.
Assista o vídeo com mais atividades do método fônico:
Para conhecer ainda mais atividades utilizando o método, sugerimos que você acesse o curso “O uso do Livox no contexto escolar”, pois traz uma série de dicas para preparar ótimos exercícios para as crianças.
Neste artigo, você pôde compreender melhor o que é o método fônico e qual sua importância na aprendizagem. Além disso, conferiu algumas dicas para desenvolver atividades baseado no método, com o auxílio do Livox.
Agora que você já sabe tudo sobre o método, por que não expande seus conhecimentos através de outras postagens de nosso blog?
Referência bibliográfica
- Blog Alfa Beto:http://www.alfaebeto.org.br/blog/alfabetizacao-com-metodo-fonico/
- CAPOVILLA, A. G. S.; CAPOVILLA, F. C. Alfabetização: Método fônico. São Paulo, SP: 2003. Memnon Critica 13 (1), 7-24.
- CAPOVILLA, Fernando; SEABRA, Alessandra G. Alfabetização: Método Fônico. 5. ed. São Paulo: Memmon, 2010.